Povo Pantaneiro
O homem pantaneiro
O vemos em uma canoa... Silencioso subindo, descendo o rio, pescando.
O vemos guiando um carro de boi... De longe ainda se houve o “cantar das rodas de madeira”...
Um som quase pouco ouvido nas cidades pantaneiras, porém presente no dia a dia de muitos pantaneiros que ainda vivem nas barrancas do rio Cuiabá ou nas fazendas da região pantaneira.
Canoa de um só tronco de árvore, carro de boi e outras particularidades desta região formam a identidade do homem pantaneiro.
Assim como valorizava São Francisco de Assis, o homem pantaneiro valoriza os elementos da natureza: a irmã água, a irmã terra, os animais, as plantas, as flores, frutos, a noite, o dia, o amanhecer e o por do sol, o arco Iris e todas as cores do pantanal.
De fato que a formação do pantaneiro têm-se origens indígenas bem como suas características, vivendo homem e natureza de forma amigável um protegendo o outro.
Seu dia a dia aparenta certa dificuldade onde qualquer outra pessoa não conseguiria vivenciar essas particularidades por não estar habituado com aquele modo de viver.
Sua integração com a natureza é visível, pois entende os fenômenos naturais sem mesmo nunca tê-los estudado em escola formal. Sabe quando plantar, quando colher, quando apartar o gado... No pantanal há momento certo pra tudo.
Nos dias de hoje algumas coisas já se transformaram outras ainda serão modificadas, prova disso são as novas estradas, as pontes, os desmatamentos, até mesmo os caminhões que transportam o gado de fazenda a fazenda, ou da área rural para a urbana para minimizar o tempo gasto no transporte das boiadas, pois acaba lhes tirando a mão-de-obra. A modificação leva para o extermínio do viver e a ecologia nunca mais será a mesma. Os jovens pantaneiros bem que tentam, mas não são como antigamente.
Para o pantaneiro o viver na imensa área do Pantanal, com suas adversidades não apresenta nenhuma dificuldade, nem rusticidade, porque já está acostumado com isso.
Nos dias de hoje a tecnologia também contribui, mas as vezes é mais cara e a cobrança é com juros altos.
O pantaneiro nasceu ali, cresceu ali e convive ali. Convivendo na realidade de uma região considerada inóspita, tem como meio de transporte mais utilizado o cavalo pantaneiro, resistente ao trabalho dentro d'água, e as embarcações de variados tamanhos e tipos.
O homem do Pantanal aprendeu a retirar do ambiente que o cerca as substâncias especiais para utilização medicinal, herança dos índios - antigos habitantes - e dos povos vizinhos como os paraguaios e bolivianos. Peão ou fazendeiro, integrado a tudo que o rodeia, sabe que as ações da natureza, enchentes e secas, são responsáveis pela riqueza e vida no Pantanal. As distâncias e o difícil acesso às demais regiões fizeram-no acostumar-se ao isolamento e à solidão, o que é quebrado quando ele manifesta o sentimento de cooperação no manejo do gado ou na participação de festas tradicionais em fazendas vizinhas.
Em Poconé, o pantaneiro é respeitado.