Símbolos do Pantanal

 

Ave símbolo do pantanal

        Depois de tempos sendo considerada a ave-símbolo do Pantanal, cantada em músicas e presente em poesias, a Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso aprovou a Lei Estadual que titula o Tuiuiú realmente como símbolo do pantanal onde é a maior ave voadora.

         O Tuiuiú é a maior ave voadora da planície pantaneira. É uma cegonha; como tal, voa com seu pescoço e pernas esticados, ao contrário das garças e seus pescoços encolhidos durante o vôo. Com até 1,60m de altura e até 3m de envergadura (medida de uma ponta da asa aberta à outra), utiliza-se, principalmente, das correntes de ar quente ascendentes para voar. Nesses vôos, destaca-se pelas penas brancas da cauda e asa, em contraste com o pescoço, cabeça, bico e pés negros, além do seu maior tamanho, em relação às outras aves na mesma corrente de ar.

        O Tuiuiú é uma ave de corpo robusto, o bico, grosso e afilado na ponta, tem 30 cm de comprimento. O pescoço é preto e a parte do papo, dotada de notável elasticidade, é vermelha. A cor predominante das penas no indivíduo adulto, é branca.

        O tuiuiú é conhecido também por jaburu, jabiru, tuiuguaçú, tuinim, tuim-de-papo-vermelho (Mato Grosso), cauauá (Amazônia), tuiuiú-coral e jaburu-moleque. A palavra “jaburu” em tupi-guarani é uma alusão ao modo de andar da ave, “da que é inchada”.

        É encontrada desde a Região Norte até São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e Bahia, e desde o México até o Paraguai, o Uruguai e o norte da Argentina, sendo que as maiores populações estão no Pantanal e no Chaco Oriental no Paraguai. Mas principalmente no estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil se encontra mais de 50% de sua população mundial, sendo considerado o símbolo do Pantanal. Vive em grande quantidade também no estado de Goiás na região do Rio Araguaia e lagos próximos.

        No Pantanal, o seu período de reprodução coincide com a baixa das águas, momento em que muitos peixes ficam presos nas lagoas baías e corixos, facilitando sua pesca. Nesta época, o mussum (Symbranchus marmoratum) e a traíra (Hoplias malabaricus) são as principais presas levadas aos filhotes, bem como o grande caramujo aquático pulmonado (Pomacea).

        Os ninhos do tuiuiú são as maiores estruturas construídas por aves no Pantanal. Podem ser feitos em grupos de até seis, às vezes juntos a garças e outras aves. Ficam localizados nas árvores mais altas, seja nos capões espalhados no campo, seja na mata ribeirinha, são reutilizados a cada ano, com acréscimo de material. Crescem, dessa forma, até atingirem 1,85m de diâmetro e 70cm de altura, na média. Há registro de ninho com 3m de diâmetro. A altura do solo varia conforme a vegetação do local. Medidas de ninhos chegaram à altura média de 11m, com extremos entre 4 e 25 metros. Feitos de galhos mais grossos na parte externa, são forrados no interior com capins e plantas aquáticas para a postura de 4 ovos (raramente 5), incubados por 60 dias. Os filhotes saem do ninho aos 3 meses de idade, acompanhando os pais nas primeiras semanas de vida.

        O ninho fica tão sólido ao final do período reprodutivo, devido ao pisoteio, que é capaz de sustentar uma pessoa adulta sobre ele. Outras aves, em especial a cocota, periquito-barroso (ou caturrita, como é conhecido esse periquito no sul do Brasil), usam a base do ninho do tuiuiú para dar sustentação aos seus.

        O casal fica unido pelo menos durante o ciclo reprodutivo, executando danças em dueto e batendo seus longos bicos, maiores nos machos do que nas fêmeas. Nessas ocasiões, a pele vermelha do papo fica mais ressaltada, devido ao aumento da irrigação sangüínea.