Cavalo Pantaneiro

O Cavalo Pantaneiro

            Com o Projeto de Lei Nº 146/2012, que declara o “Cavalo Pantaneiro” integrante do patrimônio cultural e genético de Mato Grosso, mais uma vez a cultura e a história do homem pantaneiro, que fez desse animal um parceiro na sobrevivência na região, é valorizada.

            Por muito tempo essa raça foi esquecida e desvalorizada pela maioria, principalmente como representante histórico e cultural do território mato-grossense.

            A raça de origem Ibérica formou-se de maneira natural, pela segregação, há quase duzentos anos nos municípios de Poconé, Cáceres, Santo Antônio de Leverger, Barão de Melgaço e Cuiabá, localidades que compõem a região dos Pantanais do Estado.

            Podemos considerá-lo um fator de segurança nacional porque pode ainda vir a desempenhar, nas regiões de difícil acesso, o importante papel de salvaguarda dos limites territoriais. Além de ser um fator econômico-social, porque a totalidade da população que habita o Pantanal tem no Cavalo Pantaneiro importante meio de transporte, sobretudo nas cheias, e sua mais importante função econômica se faz sentir junto à bovinocultura.

            O Cavalo Pantaneiro, um dos animais mais antigos do Brasil, nasceu da mistura das raças Célitos Luzitanos e Andaluzes e teve início após batalha dos índios Guaicurus – habitantes da região do Pantanal - com os espanhóis que na época perderam o confronto e também os animais.

Embora de pequeno porte, o Cavalo Pantaneiro possui características inigualáveis, entre elas a resistência ao trabalho extremo e contínuo, a capacidade de resistir a longas caminhadas e o gosto e facilidade para trabalhar com bovinos. Para se ter uma idéia, esse tipo de animal consegue permanecer com as pernas dentro d’água por mais de quatro meses, dia e noite, enquanto que para outras raças, isso é um fator predominante para apodrecer o casco e dar febre.

            Embora a raça tenha sofrido declínio no final do século XIX, em razão de doenças como “a peste das cadeiras” e a anemia infecciosa eqüina, saiu fortalecida e ganhou cuidados especiais.

            Tanto que, em 1972 um pequeno grupo de pessoas resolveu fundar a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Pantaneiro (ABCCP), com sede em Poconé. Esse período é considerado um marco para os criadores, que decidiram fomentar a criação. A partir daí, o grupo passou a congregar os criadores, organizar e manter o Registro Genealógico da raça, além de estudar todos os assuntos referentes à espécie. Essa mobilização resultou na valorização do Pantaneiro, que hoje, está presente em muitos estados brasileiros e em alguns países, a exemplo dos Estados Unidos.

            Para se ter uma idéia, o animal que também é considerado companheiro inseparável do vaqueiro, possui qualidades jamais vistas entre as raças. É tão resistente que durante a cheia, ele se alimenta de plantas aquáticas e muda radicalmente sua alimentação no período da seca comendo apenas cascas de pau e folhas. É admirável.

            O VALOR DO ANIMAL – O Cavalo Pantaneiro está em ascensão comercial, fruto do processo de valorização considerável do mercado. Fato que permite ao criador, colher bons resultados dessa fase considerada boa. Os animais são avaliados de acordo com a classificação.

            A tropa castrada de serviço, por exemplo, custa em média R$ 5 mil, já os Potros do Futuro – animais com até 24 meses de idade com genealogia de pista chega a custar R$ 14 mil. Enquanto que, os animais a campo custam algo entorno de R$12 mil. Diferente dos cavalos de elite que tem um valor superior a R$ 19 mil.

            Mas, os preços podem ser ainda maiores, e varia entre R$ 50, 70 e até R$ 200 mil. A égua da raça Pantaneira chamada Herança, aquela que ganhou destaque na abertura da novela global “Paraíso”, faz parte dessa lista. Ela foi vendida por R$ 175 mil. O seu primeiro potro não ficou para traz, isso porque foi muito bem negociado, 25 parcelas de R$ 1,500 ou R$ 37,5 mil.