Neide da Silva Campos

Professora Neidinha é gente que faz

 

            A professora Neide da Silva Campos, “Neidinha”, marcou o ano 2012 com um importante trabalho de ação pedagógica e incentivo à leitura e à produção de texto, com os alunos da 1ª Fase do 2º Ciclo do ensino fundamental da Escola Estadual General Caetano de Albuquerque em Poconé/MT. Denominado “Rastros Poéticos Pantaneiros” a educadora reuniu impressões dos alunos sobre o lugar onde vivem, Poconé-a cidade pantaneira.

            Aos 29 anos, cacerense, a professora Mestra Neidinha começou a carreira de docência na Universidade de Mato Grosso (UNEMAT) na cidade de Tangará da Serra/MT, licenciada em Pedagogia, é fiel pesquisadora da cultura e dos costumes do povo mato-grossense. Em Poconé é considerada pelos colegas “a professora cururueira” por sua participação na produção “Há fogo sobre as brasas? sentido das práticas culturais populares na educação escolar”, em 2011, onde destaca o Cururu nas festas tradicionais de Cáceres e região.

            Ao chegar a Poconé percebeu a riqueza cultural que a cidade abriga. Entre casarões, danças, artesanatos, culinária, a linguagem típica e a forma de contar esse mundo encantou a professora. Quando assumiu a sala de aula da Escola Caetano encontrou grandes desafios: ser aceita pelos alunos, desenvolver a leitura e a escrita e construir um elo de aprendizagem significativa com as crianças. “No começo foi muito difícil, quando se trata de sala de aula temos surpresas a todo instante, e entre a teoria e a pratica existe um espaço muito grande que só descobrimos no dia a dia”.  Neidinha sempre acreditou no potencial literário de seus alunos, oferecia em suas aulas um cardápio de leitura com gibis, jornais, revistas, livros paradidáticos, informativos e até receitas. O bom uso da biblioteca, as visitas na casa da cultura, no Museu da Vovó Bem, observações dos mosaicos nas praças e os paralelepípedos das ruas antigas da cidade, entre outros foram fundamentais em seu trabalho. 

            Dos 32 textos inéditos que compões o Livreto Rastros Poéticos Pantaneiros: nas pegadas da turma do 2º Ciclo – 1ª Fase da Escola Estadual General Caetano de Albuquerque o que a professora cita com orgulho é a liberdade e autenticidade dos alunos ao escrever: “... Chupamos jacote, ela é vermelha e pequena e sai um “cardo” bom demais ...”. A organização desse trabalho custou noites em claro, incertezas, choros, mas a paixão por desbravar a cultura de nosso imenso Mato Grosso falou mais alto. A gestão da escola acredita e aposta tudo no trabalho da professora. Hoje é realização. O interesse pela leitura começa muito cedo, aperfeiçoa-se na escola e continua a vida inteira.

 

Texto: Por Profª Suzana Arruda (Coordenadora Pedagógica da Escola Caetano 2013)