Padre Isidoro Salomão

 

Padre Isidoro Salomão

 

                Padre Isidoro Salomão; ele que já foi coordenador das Comunidades Eclesiais de Base (CEB), Pastoral da Terra (CPT) e do Centro de Direitos Humanos de Cáceres.

                No final dos anos 90 Já tentaram assassiná-lo devido à luta pela reforma agrária na região.

                Isidoro Salomão – envolvido em ações pela defesa dos rios das nascentes do rio Paraguai... Pelo pantanal... Em defesa do povo pantaneiro.

 

                Padre Isidoro Salomão construiu sua vida lutando por causas sociais e ambientais, junto aos excluídos e ao povo às margens do Pantanal de Cáceres (MT) realizando diversas ações orientadas na linha da Igreja Católica Progressista.

                Uma cultura secular, que traz as festas, a religiosidade e a relação do pantaneiro e da pantaneira com o meio ambiente, foi aos poucos sendo resgatada no município de Cáceres, em Mato Grosso. Desde 1992 um grupo chamado Raízes preocupou-se com a restauração da cultura do Pantanal em suas apresentações de danças e músicas. As ações partiram de voluntários da Paróquia Cristo Trabalhador, uma entidade da Igreja Católica.

                É na cidade, apelidada carinhosamente pela população local de "princesinha do Paraguai", que o Grupo Raízes também levava a Educação Ambiental para populações da área urbana e rural.

                Com a proposta inicial de evangelizar com música e dança ultrapassou diversas fronteiras, chegando a diversas comunidades de Cáceres, movimentos populares e escolas. Hoje, as apresentações do Grupo Raízes acontecem na Paróquia Cristo Trabalhador e em eventos de Mato Grosso e ações junto às comunidades ribeirinhas do Pantanal.

                A luta pelo resgate pantaneiro das músicas e danças como a do Siriri e Cururu, danças indígenas, os lamúrios, a religiosidade e a linguagem dos pantaneiros fizeram parte da vida deste defensor de nossa história. O Grupo fez apresentações em escolas, municípios vizinhos e até na Bolívia, país que faz fronteira com Cáceres.

                Padre Salomão articulou trabalhos em conjunto com movimentos de luta pela terra e moradia, defesa do meio ambiente pantaneiro e valorização e resgate da cultura pantaneira, além de diversos trabalhos socioambientais realizados com o Grupo Ecológico-Cultural Raízes, que teve apoio do Fórum de Lutas das Entidades de Cáceres (FLEC), UNEMAT e Paróquia Cristo Trabalhador.

                No Pantanal, Pe Salomão criou a Missa Pantaneira, uma forma dos ritos católicos, muito presentes na religiosidade do povo pantaneiro, se adaptar ao ciclo de cheia e seca. Assim, no lugar dos objetos sacros são inseridos símbolos presentes no Pantanal, como o pilão, a viola-de-cocho, berrante e outras plantas e objetos utilizados pela população pantaneira.

                Assim, o Pe Salomão, seus amigos, o Grupo Raízes e demais movimentos socioambientais de Cáceres dão seu recado para proteger o meio ambiente.

                E não são os fiéis que vão até o local da missa, mas a missa que segue de barco até os povoados ribeirinhos e comunidades cacerences.

                O primeiro CD Cantando no Pantanal foi lançado durante um dos períodos mais críticos e turbulentos da "novela" da Hidrovia Paraguai-Paraná, em 2000, quando a região de Porto Morrinhos, que guarda nascentes e belíssimos berçários de espécies, a poucos minutos do centro da cidade de Cáceres, poderia ter autorização da justiça para a construção de um porto, o primeiro passo para concretizar a hidrovia.

                Anos mais tarde surge outro CD bem como o Dia do Rio Paraguai, que é organizado todo dia 14 de novembro para lembrar das lutas passadas para proteger o Pantanal e para fazer declarações de amor ao maior rio do Pantanal, que em Cáceres tem nome de "Rei Paraguai".

                Em 2014 aconteceu o 14º Ano em comemoração ao Dia do Rio Paraguai.

                Pela sua dedicação, desenvoltura e contribuição com as manifestações culturais; preservação ambiental e defesa do povo pantaneiro a Academia Lítero-Cultural Pantaneira oferece o Título Honorífico de Comendador da Ordem Acadêmica Lítero-Cultural Pantaneira ao Padre Isidoro Salomão.