Dança dos Mascarados

            O município de Poconé é o único em todo o Brasil e mundo onde encontramos a Dança dos Mascarados.

            O grupo que apresenta a dança é conhecido como “Grupo dos Mascarados”; formado por um marcante e doze pares, cada par sendo uma dama e um cavalheiro. Além dos pares de dançarinos, há as figuras dos balizas, em número de três.

            Os dançarinos apresentam-se com fantasias com tecido de cetim e chitão estampado; de colorido exuberante, predominando várias cores vivas entre elas o vermelho e amarelo. Usam uma máscara confeccionada em tela de arame, que depois de colocada em forma de madeira caracteriza um rosto para modelagem final, muita tinta é atirada por cima, 4 a 5 camadas, que farão a aparência da pele, ficando então muito bem camuflado. Cada participante usa na cabeça vistoso chapéu com plumas, espelhos e outros adornos.

            A apresentação divide-se em 12 partes: cavalinho é a entrada, depois vem a Primeira de Quadrilha, Segunda Quadrilha, Trança-Fita e Joaquina, Arpejada, Cara-Dura, Maxixe de Humberto (assim denominada porque foi inventada pelo músico Humberto, da Banda dos Mascarados), Carango, Lundu e, por fim, a Retirada.

            A música é instrumental, assemelhando-se ao som de antigas bandas de coreto, os dançarinos que se embalam em temas singulares, são acompanhados por uma banda, sendo principais instrumentos o saxofone, tuba e piston, além de tambores e pratos.

            A dança do trança-fitas, em que cada um dos componentes segura a ponta de uma das fitas e, em coreografia sincronizada, cruzam as fitas, formando-se assim uma imensa trança colorida, é o ponto alto da apresentação.

            A Dança dos Mascarados presta homenagens a São Benedito e também Espírito Santo, introduzida também em outras festas religiosas e atividades culturais da cidade e região.

                Na divisão entre dama e cavalheiro, os componentes que escolhem o modo de se apresentar seja no papel de homem ou de mulher não têm preconceito, o importante é a participação. Sentem orgulho do que fazem.

            Para participar do grupo, é necessário ser bom dançarino, pois dança-se com o "joelho", isto é, com muito molejo. A dança tem expressão muito forte e chega a comover aos que estão assistindo sua apresentação.

            Historicamente não se tem informações oficiais de como a Dança dos Mascarados surgiu, sendo sua origem um mistério, até hoje não (completamente) explicado, nem mesmo pelos mais antigos poconeanos. Segundo alguns integrantes do grupo, a origem pode estar ligada aos índios beripoconés, que habitavam a região antes de ser ocupada pelos Bandeirantes no século XVII.

            Alguns moradores já anciãos afirmam que o grupo se perpetuou até hoje graças ao empenho de Nemézio Quintino da Silva, que foi o maior incentivador desta expressão cultural eminentemente poconeana.