Siriri

            Cada região brasileira possui uma identidade em expressão corporal, sua típica dança. No estado de Mato Grosso, principalmente nas cidades pantaneiras ou comunidades as margens do Rio Cuiabá o Siriri é predominante, principalmente praticado nas zonas rurais desses municípios da baixada cuiabana, fazendo parte das festas de batizados, casamentos e festejos religiosos. Tradição secular deste povo talvez por isso o Siriri tornou-se uma dança das mais populares do folclore mato-grossense.

            Os instrumentos musicais usados no acompanhamento da dança são basicamente: a viola de cocho, o ganzá e o mocho. Os passos são simples, porém com gestual personificado, para quem vê lembra as danças indígenas.

            O Siriri é dançado por homens, mulheres e até crianças, numa coreografia bastante variada e sem uma interpretação definida. Com palmas e movimentos de pernas, sendo homens perfilados de um lado tendo a frente às mulheres também perfiladas, um se aproxima do outro representando um desafio ou mesmo um convite para que o parceiro entre no meio das duas fileiras e apresente a sua dança. Os homens com calças em tons escuros, camisas coloridas e chapéus. As mulheres com vestidos florais e saias rodadas, fitas no cabelo e pés no chão.

            A música é simples, composta por versos religiosos ou contando histórias de comunidades rurais ou da natureza, de interpretação alegre. Os tocadores são também os cantadores, em solo ou em coro com os participantes da dança.

            É muito imprecisa a origem do termo Siriri. Para uns vem da palavra otiriri, que designa um entremez do século XVIII, em Portugal. Para outros significa um tipo de formigão com asas que andam rodeando “...cupins de asa que fazem um movimento coreográfico parecido com o folguedo.”

O Siriri é também conhecido como dança mensagem, pois não só a sua música, mas também a expressão corporal e coreógrafa procuram transmitir o respeito e o culto à amizade.

 

QUEBRA-QUEBRA GUARIROBA

(moda de siriri)
Quebra, quebra guariroba,
quero vê quebrá
quebra bem devagarinho
prá num machucá

quebra quebra guariroba
quero requebrá
quebra aqui que eu bato lá
torna a requebrá

 

MARREQUINHA DA LAGOA

(moda de siriris)
Marrequinha da lagoa,
Tuiuiú do pantanal,
Marrequinha pega um peixe,
Tuiuiú já vem tomar.

Onde nasce carandá
Não nasce caraguatá
Onde têm caraguatá
Cavalo não pode andar